quinta-feira, 18 de junho de 2015

PROCEDIMENTOS DE SUCESSO

Á Profa. Nadia Riche

Em todo ano o segundo semestre tem dois clímaxes: agosto e dezembro. Agosto nunca acaba. Impressionante como um mês pode ser tão longo. Além disso, carrega uma simbologia negativa que o senso comum acredita piamente: “Agosto? Mês de desgosto, argh!”. Ainda assim, também se sabe que, quando agosto passa, basicamente estamos no Natal. Os deuses aceleram o tempo e os meses seguintes quase que se sobrepõem. Setembro, outubro e novembro são meses das arrumações, finalizações, limpezas, reencontros, resultados, fechamentos, tudo em geral. As lixeiras e os lixões ficam abarrotados de todos os nossos instantes de posse e gozo. Setembro, outubro e novembro são meses em que se fermentam os desejos que serão explicitados em simpatias, mandingas, pensamentos positivos, oferendas etc., no mês de Dezembro, em diversos mares, terreiros, “quartinhos”, igrejas, reuniões etc. Três meses em que o religioso (no sentido apenas de religar) abastece todas as suspeitas de que: conquistas? como dizia minha avó: só para o ano! Casa, família, amigos e trabalho começam a se caracterizar como territórios das metas que serão estabelecidas somente no ano que vem. Três meses em que há reflexões sobre o que se conseguiu e, de outra parte, por que não se conseguiu, os resultados sonhados.
Aí surge Dezembro, o Rei da Festa! Esse é o mês (para a maioria) das novidades, dos “pontos finais”, das avaliações pessoais e profissionais, de reavaliar resultados parciais ou nulos, dos perdões, das saudades, das festas e dos presentes. Dezembro é o mês em que presentear visibiliza TODAS as pessoas. Os pensamentos pensam pessoas! Mas também é o mês em que novos planos são focalizados. Novas metas são criadas. Novos planejamentos são elaborados. Não sei bem o que acontece, mas o ar desse mês tem uma aura tão otimista e franca que os objetivos nunca apontam para o fracasso. Nesse se pensa na hora, se e quando acontecer, e aí, dá-se um jeito! O que se quer é sucesso!
Como pode haver fracasso, se o mês de dezembro é o início da grande virada? Todos querem a grande virada. Mas o que seria isso? Depende do foco e da concentração de cada um. Todo objetivo bem planejado precisa de um trabalho incisivo e insistente no ponto do desejo. Mês de dezembro enfim, é o mês dos projetos de vida! Mas há uma apreensão que cerca essa certeza: como fazer dar certo? como chegar ao ponto-destino? Quase como uma filosofia de bar, dizemos: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Melhorando: uma coisa é a teoria - projeto de pesquisa -, outra coisa é a prática - projeto de implementação. Mas para ambos (projetos e perguntas) há chaves de resposta, e essas são: simplicidade, clareza, adequação, contexto e, principalmente, regularidade. Sem serem lineares, essas são as chaves em que se concentra a esperança dos aclamados “dias melhores”. Recursos para isso? Observação, diálogo, humildade, criatividade, relações, silêncios, leituras e concentração: é o tão famoso “depende de nós”. Coincidência, destino, intuição, sorte são elementos consideráveis, mas nunca fiéis a todos os gostos.
Os projetos de vida criam alvos aos quais precisamos atingir a partir de mínimas regras, senão não passam/passarão de meros desejos otimistas. Do projeto (vínculo com um futuro incerto e querido) parte-se para o planejamento. Os “sonhos de uma noite de verão” podem se transformar em momentos de conquista pessoal ou profissional, se bem planejados. Aí é preciso raciocinar. Nada pode ser mirabolante. Nada precisa ser “a ultima moda de Paris”. Não há a necessidade de se reinventar a Roda a toda hora. Aqui é preciso ter e manter “os pés no chão”. No singular e pessoal chão da própria vida! O contexto precisa ser conhecido, referendado e ultrapassado. Essa é nossa conseqüência e, logo, nossa responsabilidade, diante das propostas que nos impomos a cada “virada de ano”. Sugestão? Papel e lápis! Nada de caneta! Rasuras sujam a beleza dos sonhos. Papel e lápis mesmo! É preciso sentir o que é real, mesmo apagando-se alguma coisa aqui e ali. Na era da imagem, tudo o que for palpável embute segurança, valor e compromisso ao que se quer atingir, logo: papel e lápis! Há um ano inteiro para atravessar. São 365 dias em que é possível ultrapassar o nível das promessas.  Papel e lápis para contratar o tempo a nosso favor. Papel e lápis para planejar, ou seja, raciocinar sobre os limites a serem revistos e ultrapassados diante do conhecimento da realidade que se quer transformar, conquistar ou mesmo reinventar. Erro comum: não se acreditar na presença das dificuldades.
Desde que nos firmamos em duas pernas, superamos dificuldades. A nossa ação no mundo é essa! Inteligência, aprendizagem, criatividade, amor, amizade, afeto, tudo se realiza por superação! Cada passo foi/é dado pela emergência em solucionar uma dada situação ou necessidade. Ao sabor do vento, vergamos para todos os lados quando o fardo, apresentado a nós, pelas surpresas da vida, é duro ou pesado de sustentar, mas, ainda com os pés no chão, não nos distanciamos de nossas metas/objetivos. Sendo assim, planejar é criar os passos pelos quais realizaremos nossos tão sonhados objetivos ainda que tenhamos que caminhar através de desvios e/ou atalhos. Planejar é oportunizar a capacidade de... emagrecer, casar, estudar, passar, viver, amar, ganhar.
Se Dezembro é o mês dos projetos (pinçados da imaginação), Janeiro é o mês dos planejamentos: momento em que procedimentamos todas as nossas ações dentro de um cronograma. É o mês em que a pergunta “como vou fazer isso?” principia a resposta aos projetos de vida. Projeto imaginado. Planejamento elencado. Vamos aos objetivos! E esses têm parceiros-siamêses: os métodos. Alcançar objetivos exige, além de incentivos, métodos! Que caminhos seguiremos para alcançar os objetivos? Esses são os métodos! Preparar-se para o novo ano é, em primeiro lugar, pensar em como superar dificuldades (as próprias) do ano anterior.  Todo método é ação de superação e descoberta. Projetar supõe. Planejar prevê. Método previne. Incenso, banho de rosa branca, passes, pular sete ondas no mar, vestir branco, etc. tudo pode ajudar no equilíbrio do corpo e da mente. Mas para “firmar o ponto” do método, é preciso, além da fé, coerência, pesquisa e muita auto-estima!
Quando entendemos que todos os eventos cotidianos estão interligados, entendemos também que, somente com atividade, dedicação, disciplina e objetividade, os resultados se apresentarão de maneira efetiva. E isso se dá harmonizando a tríade: planejamento, objetivo e método! Portanto, métodos são ações realistas que, além de justificarem o planejamento, põem em funcionamento o projeto e os objetivos a ele relacionados. A metodologia administra os passos de superação de cada etapa até o alcance dos objetivos. A metodologia é a instrumentalização dos projetos ao encontro com seus objetivos. Em Janeiro, a metodologia encabeça o ritmo dos procedimentos enumerados no planejamento. Essa é a preparação “científica” para o novo ano. Essa é a perspectiva criativa e trabalhosa do encontro com os “louros da vitória” pessoal e profissional.
Em vista disso, Dezembro e Janeiro são os meses da crença no sucesso. Há uma sensação de que, como uma urna eleitoral, tiramos a zerésima do ano anterior, esvaziamos a máquina dos votos e a (nos) reprogramamos para o próximo ano. Não há a necessidade de espelhos que conduzam nossas vontades-bebês. Todos os planos visam a valorização da auto-estima e acrescentam nela o elemento prazer. Todas as estratégias são de guerrilha para a implementação dos projetos, no panorama real dos planejamentos, a partir de planos de ação que se objetivam ao longo de métodos proporcionais ao nosso campo de batalha anual. Desânimo, ansiedade, indiferença, ostracismo, ilustram apenas a perda momentânea de certas habilidades, afinal sofremos as influências dos acontecimentos de nossos ambientes e de nossas afinidades. Os insucessos serão, com isso, os buracos negros de nossa perseverança e precisaremos de suas presenças para saber onde e como fincar nosso pé no horizonte de um novo dia/tempo/lugar. E eles acontecerão mesmo! Batalhas podem ser perdidas (processos de aprendizagem descontextualizados), nunca a Guerra (conhecimento, saber)! Então, o que cabe aqui e em nós? Reajustes! Ou seja, cabe a escrita de novos contratos com o futuro, pit-stops cujas ações incidirão sobre o progresso de cada passo estipulado no planejamento anual, na medida em que se alterem algumas tarefas listadas na metodologia.
Não há fórmulas alopáticas nem homeopáticas para o alcance das metas ou do sucesso. Não há como não cometer erros, mas eles devem e precisam ser novos, ou seja, resultantes de todo um processo de projeção no sucesso patrocinado por mudanças eventuais em algumas “regras do jogo”. Isso é viver! E o novo ano, limitado dentro de um calendário ou dentro de um cronograma, não nos faz prisioneiros do amanha, nos faz apenas inventores, cada vez mais criativos, de maneiras de desenvolver e manter nossa humanidade.
Iniciem seus projetos! Atitude em seus planejamentos! Postura com seus métodos e objetivos! E muito sucesso em 2006!

Ah, esqueci: cuidado com o orçamento hein!!!

                                                                                              Claudia Nunes 2007


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